Indústria moveleira registrou bons resultados ao longo do período e a expectativa é apresentar tendências que tenham alta no cenário depois da turbulência.
Quase dois anos de pandemia foram suficientes para provocar intensas transformações em diferentes esferas da sociedade. Alguns segmentos tiveram maior impacto que outros, tanto do ponto de vista positivo quanto negativo, assim como aqueles com uma recuperação mais rápida.
A indústria moveleira teve números positivos ao longo desse período. É o que comprova um levantamento realizado pela IEMI (Inteligência de Mercado) em parceria com a Abimóvel (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário) com dados sobre o setor.
Entre 2020 e 2021, foram mais de 874 milhões de peças produzidas, com uma receita estimada de quase R$150 milhões. Para conseguir dar conta da alta demanda e atender todos os consumidores, o segmento gerou 539 mil vagas de trabalho em 19 mil empresas.
Mas, qual o cenário agora pós-crise da Covid? Quais são as perspectivas, projeções e tendências para essa área da indústria? Continue a leitura deste conteúdo para descobrir mais informações e detalhes a respeito do tema.
A força do mercado moveleiro nacional
Os dados apresentados destacam o comportamento que a indústria moveleira teve nos últimos dois anos e as perspectivas para os próximos meses. Em 2022, o setor apresentou uma alta de 10,6% nas receitas com vendas de móveis. Dessa maneira, as expectativas para esse ano de 2023 também são positivas.
De acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) divulgada em dezembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a categoria de móveis foi uma das que se destacaram pelo aumento no volume de vendas, subindo 2,5% e com previsão de seguir crescendo.
Isso se deve à força do Brasil no segmento. O país é o sexto maior produtor do mundo e lidera na América Latina. As exportações movimentaram 983 milhões de dólares em um ano, chegando a 172 países, principalmente nas Américas do Sul e do Norte – veja abaixo.
- EUA: 35,7%;
- Chile: 11,6%;
- Reino Unido: 7,2%;
- Uruguai: 6,8%;
- Peru: 5,7%.
Além disso, há uma variedade grande de produtos. Os tipos de móveis exportados atendem a diferentes necessidades e reforçam uma característica de diversificação no mercado. Dessa forma, cabe aos produtores entenderem o cenário para ter eficiência na produção.
O Brasil se destaca entre os principais países do mundo na exportação de móveis.
Um levantamento feito pela Secex (Secretaria de Comércio Exterior), do Ministério da Economia, permite mostrar alguns dos itens mais produzidos. Entre eles, podemos destacar:
- Móveis de madeira para dormitório: 431,9 mil unidades;
- Assentos estofados: 67 mil unidades;
- Móveis de madeira para cozinha: 65,9 mil unidades.
[adicionar imagem de homem empurrando pedaço de madeira para máquina]
Além de focar em estratégias para atender o mercado nacional, os produtores devem estar atentos a oportunidades internacionais no cenário pós-Covid. Países do Oriente Médio despontam com um crescimento acelerado de importações de móveis brasileiros.
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Como fica o comportamento dos clientes?
Mais até que a produção, é importante entender o comportamento do consumidor, alterado pela pandemia de Covid-19. Um estudo feito por pesquisadores da Toulouse Business School, uma escola de negócios da frança, apontou três estágios diferentes de ações:
- Reação;
- Enfrentamento;
- Adaptação.
O primeiro envolve o desconhecido e se deu logo no início da crise do Coronavírus. As pessoas passaram a estocar produtos com medo da incerteza. Já o segundo está mais relacionado à indústria moveleira ao encontrar mecanismos para enfrentar a crise.
Vale destacar nessa etapa a compra de móveis. Muitas pessoas notaram a importância de aperfeiçoar o escritório para trabalhar ou apenas revitalizar a decoração da casa. Enquanto o terceiro estágio engloba o modo como o consumidor se comporta na volta ao convívio social.
Esses três estágios referentes à conduta do cliente nos ajudam a traçar alguns pontos importantes para o mercado de móveis nacional. São características que o consumidor tem ou está à procura na hora de encontrar um produto na área.
- Otimização de espaços;
- Economia de dinheiro;
- Consciência sustentável;
- Busca por móveis multifuncionais.
Dessa forma, quem trabalha no segmento precisa estar atualizado quanto ao cenário que foi apresentado. Isso passa por investir em móveis planejados e com diferentes funções. Ao mesmo tempo, ter um foco em sustentabilidade ao longo das etapas do processo.
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Indústria moveleira no e-commerce
Além disso, quem está no ramo moveleiro não pode deixar de lado o e-commerce, que foi responsável por um grande impacto no setor. Segundo uma pesquisa da FGV (Fundação Getúlio Vargas), móveis e eletrônicos foram responsáveis por 14,7% das vendas online.
Essa estatística está diretamente relacionada a um dado que faz parte do relatório Webshoppers. De acordo com ele, 13 milhões de novos consumidores compraram pela internet no primeiro ano de pandemia, resultando em alta de 53% no segmento de móveis.
Adaptar-se ao e-commerce e estar presente no mundo digital é um dos desafios da indústria moveleira.
A tendência é que os números se mantenham em alta pós-crise da Covid. Para que as metas sejam alcançadas, é fundamental que a indústria moveleira encontre mecanismos para impulsionar a compra de maneira remota por parte dos consumidores.
Isso passa por ter um e-commerce forte e estruturado, que ofereça simplicidade ao longo do processo de compra. Ao mesmo tempo, forneça segurança em relação aos dados das pessoas, alinhado também a uma estratégia de atendimento para tirar dúvidas rapidamente.
As redes sociais devem ser vistas como aliadas, pois podem ajudar na comunicação, na divulgação de produtos e até mesmo aproximar a marca do consumidor. Para que o planejamento tenha efeito, contrate profissionais especializados ou se capacite.
Estruturar ações do tipo faz parte de uma evolução no mercado moveleiro. Diferentes segmentos passam por mudanças e melhorias, com os móveis não é diferente. Cabe às empresas do setor se adaptarem com objetivo de manter a competitividade.
E quais as tendências da indústria moveleira?
Tendências estão ligadas à preferência do consumidor e estar por dentro de quais são elas em um mercado é essencial. Isso ajuda a garantir bons resultados, efetuar vendas e satisfazer o consumidor ao longo de toda a experiência de compra.
A situação não é diferente na indústria de móveis. O cenário pós-crise da Covid mudou várias formas de pensar e até mesmo os gostos da população. Por isso, o objetivo é atender às diferentes necessidades que as pessoas possam ter por meio das tendências.
1. Versatilidade
O isolamento social da pandemia trouxe um estilo de móveis que veio para ficar chamados de versáteis. Eles podem apresentar duas funções em uma, como, por exemplo, uma mesa que é capaz de se tornar cadeira. A ideia é proporcionar mais com menos.
2. Rusticidade
Adotar um estilo rústico faz parte da indústria moveleira há tempos. Entretanto, ele segue com força, principalmente pela fabricação com madeira nobre e de qualidade. Graças ao home office ainda alta, itens como prateleiras, mesas e armários devem ganhar destaque.
3. Industrial
Quando falamos em móveis industriais, não estamos pensando em maquinário pesado ou algo do gênero. Esse estilo é caracterizado por itens quadrados e de ferro, com ênfase para mesas e prateleiras. Mais um modelo que favorece a busca por revitalizar o escritório.
4. Retrô
Tendo a sofisticação como eixo, o estilo retrô aposta no clássico para garantir a satisfação do consumidor. Dessa forma, gera um sentimento de nostalgia quanto ao passado, além de proporcionar conforto às pessoas. Isso possibilita mudar a decoração e ter funcionalidade.
O estilo retrô é apontado como uma das tendências para os móveis nessa indústria.
5. Móveis planejados
Os imóveis menores alavancaram o setor de móveis planejados. É preciso unir conforto com simplicidade, sem deixar de lado a funcionalidade nos espaços. Dessa forma, as novas peças devem oferecer um máximo aproveitamento dos lugares, mesmo que reduzidos.
As tendências previstas para a indústria moveleira vão de encontro com a expectativa que o setor continue em crescimento. Para quem trabalha na área, é fundamental estar atento às novidades e inovações do mercado a fim de garantir ótimos resultados.
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