Entenda o impacto do Coronavírus no mercado da construção civil e conheça os incentivos da Abramat, da Anamaco e do Governo Federal para a retomada do setor.
Alguns meses já se passaram desde que os cuidados com o Coronavírus tornaram-se parte da nossa rotina. Em 30 de janeiro de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o vírus constitui uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII), seu mais alto nível de alerta. Pouco tempo depois, no dia 11 de março, a OMS anunciou que a COVID-19, doença causada pelo Coronavírus, é oficialmente uma pandemia – isto é: uma doença transmissível que se espalha simultaneamente e em alta escala para diversas partes do planeta.
Os anúncios causaram furor no mundo inteiro e fizeram com que autoridades governamentais decretassem o fechamento total e provisório do comércio e de demais empresas que não são de serviços essenciais (como hospitais, farmácias, supermercados, etc).
A repercussão, claro, foi intensa para o setor da construção civil, que tinha grandes perspectivas para 2020. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) da construção civil fechou 2019 com crescimento de 1,6% frente a 2018.
Fundamental para o crescimento da economia brasileira – ao total, são mais de 2 milhões de trabalhadores com carteira assinada e 140 mil lojas com 600 mil profissionais envolvidos –, o segmento recebeu um olhar especial do Governo e das associações responsáveis, que agora sugerem e implementam ações para um desenvolvimento sustentável para combate à crise econômica que é esperada.
Confira os principais impactos e mudanças aplicadas.
Impactos indiretos no mercado da construção civil
A alta disseminação da COVID-19 resultou em diversas atitudes das empresas e órgãos responsáveis, na tentativa de seguir as rígidas orientações de saúde da OMS e manter a segurança de todos os profissionais. As ações, que foram implementadas com objetivos mais amplos, também trouxeram grandes impactos ao mercado da construção civil. Entre elas:
- Paralisação total do comércio, com exceção de serviços essenciais;
- Flexibilização do trabalho remoto (home office) para áreas que possibilitam o modelo;
- Suspensão das competências do FGTS com validade para março, abril e maio de 2020, para todas as empresas. Valor pode ser quitado em até 6 parcelas;
- Regularização da redução de jornada de trabalho e de salários, e ampliação do lay-off;
- Fiscalização constante de trabalho por auditores do Ministério da Economia, durante período de 180 dias.
Confira mais medidas que impactam o mercado de trabalho durante a pandemia.
Incentivos da Abramat
Em contato direto e diário com fontes do Governo e associações relevantes para o mercado, a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) vem executando um ótimo trabalho na implementação de ações para retomar o desenvolvimento sustentável do mercado da construção civil.
Além de executar ações junto a parceiros, a Abramat também reúne todas as principais medidas decretadas e implementadas pelo Governo Federal e demais unidades em um só lugar. Assim é possível conferir com facilidade todas as novidades do segmento relacionadas à COVID-19. A associação também concede entrevistas com veículos selecionados para esclarecer e compartilhar posicionamentos relevantes sobre o tema.
Confira todas as medidas reunidas pela Abramat.
Incentivos da Anamaco
A Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), junto a parceiros, enviou cartas ao Governo Federal solicitando que lojas de varejo de materiais de construção fossem consideradas de segmento essencial. Desta maneira, as lojas poderiam abrir as portas mesmo durante o período de isolamento para garantir o desenvolvimento de todos os outros segmentos que dependem da construção civil. Veja as cartas na íntegra.
Mensagem de Waldir Abreu, superintendente da Anamaco.
Além disso, a Anamaco também criou uma cartilha digital destinada a lojistas do segmento de varejo de material de construção com informações sobre o vírus, como se proteger, dicas para utilizar melhor a mão de obra dos funcionários que estão em trabalho remoto e muito mais. Uma ótima maneira de preparar o mercado brasileiro para enfrentar a pandemia.
Incentivos do Governo Federal
Uma das principais premissas do Governo para reviver o crescimento do mercado da construção civil em meio à pandemia foi planejar a retomada de obras do programa habitacional “Minha Casa, Minha Vida”. O Governo Federal já havia reservado R$ 2,7 bilhões para manter as construções em andamento, mas ainda analisa a melhor maneira de aplicar a medida seguindo as recomendações de saúde, como a não aglomeração de pessoas.
Ainda sobre o “Minha Casa, Minha Vida”, o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, liberou a contratação das faixas 1,5 (renda familiar bruta de até R$ 2,6 mil) e 2 (renda familiar bruta de até R$ 4 mil) do programa, com recurso de 100% do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O ministro ainda defende a flexibilização provisória das exigências de cartórios para construção, que se mantêm fechados em diversos estados devido à crise.
Outra grande medida foi anunciada pela Caixa Econômica Federal: um pacote de R$ 43 bilhões para estimular o setor. Além disso, o banco incentiva o uso de crédito imobiliário com prazo de 6 meses para começar a pagar as prestações.
O Governo Federal também implementou inúmeras outras medidas para incentivar fluxo de caixa, flexibilizar os modelos de trabalho, facilitar o uso de crédito e mais. Confira as principais:
- Redução da taxa SELIC de 4,25% para 3,75% ao ano, seu menor nível histórico;
- Pausa de até 2 prestações para financiamentos da Caixa Econômica Federal, por até 90 dias;
- Linhas de financiamento de máquinas e equipamentos com taxas reduzidas;
- Suspensão por até 6 meses do pagamento de amortizações de empréstimos do BNDES;
- Ampliação em R$ 5 bilhões da linha BNDES Crédito Pequenas Empresas.
Acompanhe também todas as ações da Ciser em relação à COVID-19.
O mercado da construção civil, com destaque para o segmento de atacado e varejo, ainda tem uma longa trajetória para voltar à normalidade, e deve fechar o ano ainda enfrentando dificuldades.
Esse impacto deixado pelo Coronavírus ficará marcado por muito tempo, no segmento e fora dele, e nos mostra que as soluções para um mercado melhor surgem nas adversidades. Quer saber o que você e seu negócio podem aprender com a pandemia? Acesse nosso artigo para descobrir por que a gestão de crise é essencial e como você pode aplicá-la.
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